Demonstrativo do Resultado do Exercício, é o relatório contábil que indica o resultado da empresa em determinado período. De acordo com a legislação contábil/fiscal, ele pode apresentar o resultado de um mês, de um conjunto de meses, de um trimestre ou de um ano.

A legislação brasileira admite apuração do resultado nas modalidades trimestral ou anual, mas, permite também, a apuração do resultado por estimativa mensal, onde são acumulados os resultados mês a mês.

O DRE – como os demais demonstrativos contábeis – são regulados pela legislação, afinal, impactam em apontar o Lucro para fins de tributação pelo Imposto de Renda (IRPJ) e pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Regra Geral, apresenta o Faturamento, os Impostos Indiretos (PIS-COFINS-ISS-ICMS-IPI), os Custos e Despesas Fixos e Variáveis, as Receitas e as Despesas Financeiras e ainda, as Receitas e Despesas Não Operacionais.

Ou seja, com a correta elaboração do DRE, o empresário e/ou a equipe de gestão podem entender se a atividade é lucrativa ou não e mais, em que termos percentuais se apuram os custos/despesas e o próprio lucro.

         Porque elaborar um DRE Gerencial?

Estando o empresário e a equipe de gestão de posse do Demonstrativo de Resultados, pode surgir a dúvida em relação a elaborar ou não o DRE Gerencial e a resposta seria simples. – O DRE Gerencial contempla obrigações assumidas que o DRE Contábil não pode – por impedimento legal – contemplar.

Com o DRE Gerencial, é possível identificar o real resultado da empresa, depois de computar as obrigações decorrentes, por exemplo, das implicações de uma rescisão contratual antecipada com pagamento de multas. Assim, esse demonstrativo é que deve ser levado em consideração quando da tomada de decisões empresariais.

Para a elaboração do DRE Gerencial, é ideal que se leve em consideração o DRE Contábil, fazendo os ajustes incrementais, indicando as obrigações contratuais, na forma de previsões as quais, impactarão positiva ou negativamente aquele resultado contábil estático do DRE Contábil.

Assim, nesse demonstrativo podem figurar em linha apartada, as vendas que ainda não foram formalizadas por problemas na assinatura de contratos e/ou emissão de notas fiscais e, por outro lado, podem figurar as provisões trabalhistas decorrentes de uma demissão sem justa causa (aviso prévio indenizado, multa do FGTS) ou mesmo em relação a avisos prévios contratuais e/ou multas por rescisão antecipada. Com isso, o resultado final apurado, não estará sujeito a variações decorrentes dessas situações.

Utilizando o DRE Gerencial como ferramenta de gestão, o empresário e/ou a equipe de gestão, poderão tomar decisões mais precisas sobre a possibilidade (afinal, nele não se contempla inadimplência, antecipação ou prorrogação de pagamentos) de geração de caixa do negócio, bem como, sobre os reinvestimentos necessários e ainda, sobre a destinação dos lucros apurados.

A depender do tipo de atividade, o DRE Gerencial ainda pode substituir o conceito de centro de custos ou centro de lucros, conforme o caso, indicando gerencialmente a distribuição dos valores de receitas, custos e despesas, pelos diversos escritórios e/ou filiais da empresa.

Vale frisar que o DRE – seja ele contábil ou gerencial – deve ser utilizado em conjunto com outros demonstrativos, em especial, o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Fluxo de Caixa, afinal, o DRE aponta o resultado, mas, a sobrevivência da empresa está diretamente ligada à sua capacidade de geração de caixa e disponibilidades.

Assim, a boa gestão corporativa deve estar baseada na melhor elaboração possível dos demonstrativos contábeis e gerenciais, enfocando cada empresa com suas particularidades da consecução dos objetivos sociais.